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29 agosto, 2012

Logística do Sul do Brasil precisa de R$ 70 bilhões de investimentos [Diário Catarinense]

Para ter infraestrutura que permita transporte eficiente para o desenvolvimento da economia até 2020, a Região Sul, integrada por Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, necessita de investimentos de R$ 70 bilhões em 177 obras. É isso que aponta o Estudo Sul Competitivo, um levantamento inédito encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelas federações das indústrias dos três estados — Fiesc, Fiergs e Fiep — divulgado nesta terça [28/08] em Brasília.
Entre as autoridades presentes, o governador Raimundo Colombo; a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti; o presidente da CNI, Robson Andrade; e o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.
Responsável pelo trabalho, a empresa de planejamento Macrologística apurou que 51 dos 177 projetos podem ser priorizados. Eles exigiriam investimentos de R$ 15,2 bilhões, 22% do total, melhorariam oito eixos logísticos e evitariam gastos anuais de R$ 3,4 bilhões, que representam cerca de 80% das perdas totais devido ao déficit de infraestrutura de transportes enfrentado hoje na região. A análise considerou o impacto econômico de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos e dutos.
O objetivo das entidades com a realização desse estudo é, além de saber onde estão os gargalos, buscar soluções com o apoio do poder público para que a economia da região, que hoje representa 17% do PIB brasileiro, possa ter menores custos de logística e, assim, avançar com mais competitividade. O estudo também aponta qual é a melhor alternativa para viabilizar as obras: pelo poder público, iniciativa privada ou parceria público-privada (PPP).
— Precisamos desses investimentos nos três estados, pois, certamente, vão dar mais competitividade a uma região tão importante para a economia brasileira — disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
O estudo também aponta qual é a melhor alternativa para viabilizar as obras: pelo poder público, iniciativa privada ou parceria público-privada (PPP).

Trecho da BR-116 usa 307% da capacidade
O gargalo número 1 da Região Sul é o trecho da BR-116 que liga Curitiba a São Paulo. O uso atual é de 307% da capacidade e, se não for duplicada nos próximos anos, chegará em 2020 com mais de 500% do limite previsto. Vale lembrar que por essa rodovia passa boa parte das cargas do Sul para São Paulo e vice-versa. Por isso, as perdas afetam os três estados do Sul mais uma parte de São Paulo. Nos três estados, pelo menos em 15 rodovias o tráfego atual excede em mais de 100% a capacidade. Quanto maior a demora em fazer as obras, mais aumentam os custos de logística. Se os investimentos não saírem das planilhas, o custo logístico da região, que em 2010 ficou em R$ 30,6 bilhões, vai chegar a R$ 47,8 bilhões em 2020.
 
São oito eixos prioritários
Estão em oito eixos os 51 projetos prioritários apontados pela consultoria Macrologística. Cinco eixos são rodovias já existentes, mas há a necessidade de um novo eixo rodoviário e dois ferroviários. Segundo Olivier Girard, diretor da consultoria, para chegar a essa conclusão, a equipe técnica considerou as obras necessárias para a modernização, implementação e ampliação de cada eixo intermodal, custos de cada uma, prazo de retorno do investimento, impacto ambiental, geração de impostos e empregos, benefícios sociais e oportunidades de desenvolvimento regional em função da integração econômica proporcionada pelos eixos.
 
 

19 agosto, 2012

Fatia das ferrovias nos fretes vai aumentar 36% até 2020 [ILOS]

Hoje, responsável por 28% da carga movimentada no Brasil - ou apenas 12%, se descontado o minério de ferro -, as ferrovias podem elevar a fatia para 38% até o fim da década, um avanço de 36%.
A transição representará ganho de eficiência e redução de custos com frete no país - nos EUA, o custo do transporte sobre trilhos é 40% menor do que o por rodovias.
O cálculo é de Paulo Resende, coordenador de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral.
"O deslocamento da matriz de transportes aponta para o setor ferroviário. Carregar itens de baixo valor agregado e peso bruto alto em caminhões é ineficiente. Por isso, minerais e cargas de granéis agrícolas e insumos, como fertilizantes, devem fazer a transição."
Para que a malha e o serviço ferroviário avancem, porém, será preciso contar com investimentos privados em combinação com iniciativas do governo. A desoneração das Parcerias Público-Privadas (PPPs), publicadas ontem [08/08/12] no Diário Oficial, devem favorecer essa conjunção.
No setor público, os investimentos estão chegando pelo Programa de Aceleração do Crescimento. "O PAC 1 direcionou R$ 130 bilhões para transportes, sendo 45% para ferrovias", contabiliza João Guilherme Araújo, diretor de desenvolvimento e novos negócios do Instituto de Logística (ILOS).
O objetivo é reduzir a dependência do frete rodoviário, que, como ainda é o mais usado no país, ficou com 50% da verba.
Além das ferrovias, as outras rotas de fuga para o transporte de cargas são a cabotagem e o frete aéreo.
"Por avião, sempre fica mais caro. Mas é um meio que vale a pena para a movimentação de chips, eletroeletrônicos e equipamentos de alto valor agregado", diz Araújo. Na cabotagem, os obstáculos são a falta de estrutura portuária - os bens disputam espaço com mercadorias importadas.
Dependência de caminhões
O advento de novas regulações para o transporte rodoviário e a profissão de motorista, que deverá se traduzir em aumento do custo do frete, reforçou o interesse das companhias na busca de maior eficiência.
A Coca-Cola/Femsa, por exemplo, estima em 40% a elevação dos gastos. "Teremos de repassar os custos adicionais ao preço dos produtos", diz Ramez Bichara, diretor de logística. A companhia estuda revisão dos trajetos e a contratação de pessoal, pois não pode abrir mão dos caminhões.
"Somos dependentes do transporte rodoviário porque é o meio de maior capilaridade, e temos prazo máximo de entrega, 48 horas", explica.
A São Martinho, uma das maiores no país em manufatura de álcool e açúcar, é outra que está focada na eficiência logística. Com 90% do açúcar produzido voltado à exportação, a empresa já dá prioridade ao transporte de granéis até o Porto de Santos por meio ferrovias, diz o diretor de logística, Helder Gosling.
O grupo é o único no país a ter uma usina com terminal ferroviário próprio, na cidade de Pradópolis, no interior de SP.
"Precisamos de transporte de grande escala. Mas os custos em ferrovias poderiam ser muito mais baixos se o modal fosse mais eficiente", diz, lembrando das dificuldades no trânsito das cargas para ter acesso ao porto.
[Brasil Econômico - 09/08/2012]

Fonte: Clipping de Logística - ILOS; disponível em http://www.ilos.com.br/clipping/index.php?option=com_content&task=view&id=6527&Itemid=27 ; acesso em 19/08/2012.