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30 junho, 2009

Portal Webtranspo: Embraer exige logística complexa

Nota: Matéria publicada no portal Webtranspo referente a estrutura logística da Embraer. Uma rápida visão sobre os volumes movimentados, a estrutura física disponível e o planejamento tributário (no caso do regime aduaneiro Recof). Disponível em http://www.webtranspo.com.br/modais/aereo/8193-operacao-da-embraer-exige-logistica-complexa.html , acesso em 30/06/2009.

Em 2008, ela foi a terceira maior exportadora brasileira e responsável por 2,2% do total de importações.
Ela importou 19 mil toneladas de materiais em 2008, avaliados em US$ 3,8 bilhões, algo em torno de 2,2% das importações nacionais. No ano passado, suas exportações totalizaram US$ 5,7 bilhões, o que a colocou na posição de terceira maior exportadora brasileira, com uma contribuição de 2,9% para o saldo da balança comercial do país. Para atender um movimento comercial desse porte, a Embraer montou uma logística internacional que envolve uma operação complexa, já que seus principais clientes, fornecedores e competidores estão concentrados no Hemisfério Norte.
A empresa exporta mais de 90% da produção e importa 95% das matérias-primas, partes e peças para a produção e as peças de reposição para as aeronaves que fabrica. Até maio, o volume de importação foi de US$ 1,4 bilhão.
Uma das medidas adotadas pela empresa para aumentar a eficácia do gerenciamento da sua cadeia logística foi a construção, em 2008, de um centro de armazenagem de grandes segmentos aeronáuticos (matérias-primas, fuselagens, asas e superfícies de comando, entre outros) em Taubaté (SP). O centro de distribuição de peças da Embraer está instalado em uma área total de 380 mil metros quadrados, dos quais 135,7 mil metros quadrados foram doados pela prefeitura do município e o restante adquirido pela empresa junto a proprietários privados.
O ganho logístico, nesse caso, segundo a empresa, está diretamente relacionado ao atendimento "just in time" da linha de produção. Segundo o diretor do Grupo de Expansão Industrial (GEIN) de Taubaté, Antônio Roberto Paolicchi, o investimento anunciado pela Embraer na unidade foi de US$ 16,2 milhões.
A empresa conta também com oficinas próprias e depósitos de peças nos Estados Unidos, França, China e Cingapura, além do Brasil. Ela mantém empresas próprias especializadas em manutenção de aeronaves, peças de reposição, treinamento e segmentos aeronáuticos, como a Indústria Aeronáutica de Portugal (Ogma) e a Embraer Aircraft Maintenance Services (EAMS).
A Embraer possui um operador logístico nos Estados Unidos que gerencia uma média de 11,9 mil toneladas de materiais enviados pela empresa a cada ano, avaliados em US$ 2,9 bilhões. Na Europa já existe um operador aéreo para uma média de 1,1 mil toneladas de materiais por ano e um operador marítimo para 5,6 mil toneladas anuais.
No Brasil, a Embraer trabalha com dois operadores logísticos, envolvendo porto e aeroporto e 16,6 mil toneladas de produtos por ano, que correspondem em valores a US$ 3,6 bilhões. Só o despachante aéreo, segundo a empresa, cuida de 18 mil processos anualmente. No modal marítimo, o número de processos anuais emitidos pela Embraer chega a três mil. Esses números constam de uma palestra feita pela Embraer durante um evento de logística realizado recentemente em São José dos Campos.
A Embraer também possui três centros de consolidação marítimo de materiais localizados em Colchester (Inglaterra), Bilbao (Espanha) e Freiburg (Alemanha). No segmento aéreo, os centros de consolidação ficam em Londres, Paris, Milão e Frankfurt. O modal aéreo, segundo a Embraer, é responsável por 75% da sua movimentação logística, tanto para exportação quanto para importação. O marítimo tem uma representatividade maior, de 70%, quando envolve peso.
Outra ferramenta que vem trazendo ganhos expressivos na redução de custos e eficiência da sua operação logística é o regime aduaneiro Recof, que passou a utilizar desde novembro. "Diferentemente do que ocorria no regime 'drawback', o Recof permite a flexibilidade para a empresa realizar a destinação de até 20% das mercadorias estrangeiras admitidas no regime, para o mercado interno, no mesmo estado em que foram importadas", explicou a empresa por e-mail.
Por esse sistema, a Embraer não precisa manter um estoque nacionalizado e outro para o atendimento da linha de produção. A substituição do regime "drawback" pelo Recof, segundo a Embraer, resultou em custos finais mais competitivos, o que viabilizou a venda de aeronaves no mercado brasileiro. Assim como o regime antigo, o Recof suspende os impostos incidentes na importação e concede isenção para a exportação.
O Recof também reduziu o ciclo de importação e a despesa de armazenagem de peças, com a passagem rápida pela alfândega. "O processo de liberação de mercadorias na alfândega, que era de dois dias, passou a ser de 12 horas, mas a nossa meta é chegar a seis horas", disse uma executiva da área de logística da Embraer, em palestra sobre o tema. Já o processo de exportação temporária de materiais, para reparo, feiras e testes, levava uma média de 15 dias para ser concluído.
Com o Recof, a empresa precisou controlar suas operações de forma mais informatizada e passou a utilizar uma Autorização de Movimentação de Bens sob o Recof (AMBRA), que dispensa a abertura de processo junto às alfândegas, o que resultou em uma redução do ciclo para 10 dias. A Embraer é a primeira empresa no Brasil a utilizar essa autorização para agilizar o desembaraço alfandegário em exportações temporárias.
Apesar de importar 95% das peças que utiliza na produção dos seus aviões, a Embraer explica que o alto índice de importação refere-se a determinados conjuntos de materiais e componentes, como aviônicos, equipamentos, segmentos e matérias-primas sem similar no mercado nacional. Toda a parte de industrialização das aeronaves, mão de obra, desenvolvimento e demais materiais de origem nacional, segundo a empresa, superam em 60% o índice de nacionalização do produto final exportado.

22 junho, 2009

Parlamentares lançam frente sobre transportes e armazenagem

Será lançada nesta noite (16/06/2009) a Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), durante jantar no restaurante Dom Francisco, na Associação dos Servidores do Banco Central (Asbac). A frente será presidida pelo deputado Homero Pereira (PR-MT).Durante o evento, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, vai apresentar relatório dos investimentos realizados pelo órgão em infraestrutura.O presidente da Companhia Nacional de Armazenagem (Conab), Wagner Rossi, fará um panorama da logística de armazenagem no País, incluindo as demandas e os projetos para o setor. O deputado Homero Pereira falará sobre o funcionamento e a agenda legislativa da Frente. Foram convidados para participar do evento o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot. Representantes da Associação Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), da Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antanq), da Agência Nacional de Águas (ANA), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Grupo Hermasa, da Transpetro, do Grupo Votorantin, da Associação Nacional de Transporte Ferroviário (ANTF), e da Associação Brasileira Agrobunisses (Abag).
Fonte: Portal da Câmara dos Deputados (http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=136173&pesq=frenlog)

Nota: Embora o post esteja atrasado (o lançamento já aconteceu na semana passada), vale o registro. Para um país de proporções continentais como o Brasil, iniciativas que abordem e coloquem em discussão a infraestrutura logística do nosso país devem ser apoiadas. Espero que esteja surgindo uma forte representação para buscar as melhorias necessárias ao desenvolvimento nacional.

15 junho, 2009

X Congresso de Logística da ABML

Estão abertas as inscrições para o X Congresso da Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML), nos dias 18 e 19 de junho, no Pavilhão de Exposição do Parque Anhembi, em São Paulo, durante a Fispal Tecnologia.
O tema deste ano será "Logística como Ferramenta de Sustentabilidade Ambiental: Caminhos, Desafios e Oportunidades", e o evento será aberto com palestra internacional de Christopher Norek, professor de programas executivos da Georgia Tech, nos Estados Unidos, e trajetória acadêmica que inclui as universidade do Tennessee e Auburn. Sócio da Chain Connectors, empresa de consultoria especializada em Supply Chain, Norek, de 49 anos, trabalhou também na iniciativa privada em importantes empresas americanas.
O Congresso ABML é um evento tradicional no calendário da logística brasileira e este ano, pela segunda vez, estará ancorado na Fispal Tecnologia , que terá área de exposição de 45 mil m2 .
A parceria com a Fispal como âncora do Congresso da ABML se iniciou na edição Nordeste da Feira, em 2008,. mas a aproximação com a ABML teve início durante a Fispal São Paulo, no mesmo ano, quando foi monta do mini auditório com palestras e simulação de operações logísticas comandadas por mestre de cerimônia.
As inscrições podem ser feitas na ABML, por meio do e-mail secretaria@abml.org.br.
Fonte: http://www.abml.org.br/website/news.asp?nwsCode=51C95383-704B-40A9-BF61-9956410C64D4

11 junho, 2009

Gerenciamento de riscos

Na logística, quando falamos em “gerenciamento de riscos”, instantaneamente pensamos em transporte, dada a larga utilização desta ferramenta junto aos serviços de fretes.
Porém, sabemos que também existem riscos inerentes às atividades de movimentação e armazenagem. Por exemplo, perda de materiais por quebra, furto ou obsolescência. O risco de incêndio em um depósito também não pode ser desprezado.
Em termos de transporte, segundo Antonio C. R. Brasiliano (2008) – disponível em http://www.brasiliano.com.br/blog/?p=194, o gerenciamento de riscos pode ser definido como “o conjunto de ações que visa impedir ou minimizar as perdas que uma empresa pode sofrer tendo suas cargas roubadas, sem falar na possibilidade de perda de vidas”.
O mesmo autor coloca que o gerenciamento de riscos pressupõe um planejamento estratégico de segurança que possui alguns pontos críticos:
- Identificação de riscos – através das características da operação de logística, os riscos são apontados.- Análise de riscos – são verificados a freqüência das rotas, mix de cargas, pontos de maior probabilidade de sofrer perdas, entre outros.- Planejamento de medidas e condutas preventivas e emergenciais – nesta fase deve ser elaborado um manual de operações com o objetivo de padronizar as condutas entre toda a cadeia de logística e da segurança.- Operacionalização – fase onde todo o sistema e processo planejado serão iniciados.- Controle e avaliação – esta última fase é alimentada de forma contínua, com o objetivo de medir o desempenho do GR e adequar possíveis erros.
Certamente, tais conceitos podem ser aplicados para os riscos nas operações de movimentação e armazenagem. Vejamos:
- Identificação de riscos – análise da localização, layout, equipamentos e mão de obra do armazém, além das características dos produtos armazenados e movimentados;
- Análise de riscos – levantamento das ocorrências de perdas (por quebras, furtos ou outros) e análise de suas causas;
- Planejamento de medidas e condutas preventivas e emergenciais – estudo das causas e definição de ações corretivas, entre elas, projeto de melhoria com alteração de layout, modernização de equipamentos ou treinamento de equipes.
- Operacionalização – implantação das ações corretivas.
- Controle e avaliação – acompanhamento dos resultados e realimentação do sistema visando a melhoria contínua.
Como podemos ver neste breve comentário, qualquer atividade está sujeita a riscos. Em compensação, muitas ferramentas utilizadas em situações específicas podem ser adaptadas para outras resultando em benefícios similares.