As cadeias produtivas de aves e suínos de Santa
Catarina – situadas entre as mais modernas do planeta – adotarão até o
final do ano a tecnologia RFID baseada no uso da radiofrequência
para aperfeiçoar o sistema de rastreabilidade. A tecnologia permite o uso de
uma espécie de etiqueta eletrônica inteligente que será implantada nos lacres
dos contêineres, controlando todo o processo de preparação, transporte aos
portos, embarque e chegada ao destino final, no exterior.
O emprego desses recursos no aperfeiçoamento da
rastreabilidade suinícola resulta de parceria entre a Fundação de Amparo à
Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), Instituto Catarinense de
Sanidade Agropecuária (Icasa), Sindicarne e Associação Catarinense de Avicultura
(Acav).
O projeto ainda envolve outras instituições
da sociedade catarinense, órgãos oficiais da Secretaria da Agricultura, Cidasc,
o Ministério da Agricultura incluindo o Vigiagro e Sipoa/SIF, além de empresas
privadas de tecnologia e centros de pesquisa e Universidade de São Paulo (USP).
O projeto – também conhecido como Canal Azul –
teve a colaboração da Fapesc e apoio do Sindicarne e da Acav, com a
participação das agroindústrias catarinenses. Foi realizado um piloto no
Estado, em 2012/2013, o qual testou a aplicabilidade da
tecnologia que agora deve ser utilizada para todos os interessados da
cadeia produtiva.
O presidente da Acav José Antônio Ribas Júnior realça
que esse avanço tecnológico é mais uma demonstração do vanguardismo das cadeias
produtivas de Santa Catarina. Destacou, também, o status sanitário do
território barriga-verde, como área livre de aftosa sem vacinação e área livre
de peste suína clássica (PSC).
O novo recurso digital confere ainda mais
segurança e confiabilidade e substitui centenas de documentos pelo controle
digital, cujas informações poderão ser acessadas pelos fiscais do Ministério da
Agricultura. Além da segurança, o novo recurso permite reduzir para menos de um
dia uma operação que, atualmente, chega a demorar de três a quatro dias.
O dirigente esclarece que não haverá mudança na
metodologia adotada, mas um aperfeiçoamento tecnológico da rastreabilidade
trazendo inovação, processos on-line, mais segurança e confiabilidade ao
sistema.
O diretor executivo do Sindicarne, Ricardo De
Gouvêa, explica que a implantação do sistema de rastreabilidade de RFID aguarda
homologação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Deverá ser implantada neste ano ainda, cobrindo toda a operação das agroindústrias
aos portos.
As empresas do setor da carne já adotam a
rastreabilidade nas etapas de produção a campo e na indústria. Agora, para
aperfeiçoar ainda mais a rastreabilidade no Estado, a tecnologia
será empregada no campo e dentro das plantas industriais. Essa
tecnologia está disponível em escala mundial e já é aplicada em várias áreas da
atividade humana e empresarial.
Com isso, à medida que a vida do animal avança,
registram-se nessa etiqueta os principais fatos relevantes sob aspectos de
nutrição, saúde, localização, entre outros. Além disso, após o processamento, é
possível manter este histórico junto ao produto, incluindo as validações
oficiais e respectivas certificações.
O investimento total das empresas no processo não
foi revelado, pois, como se trata de uma parceria com o Governo do Estado,
Fapesc e agroindústrias catarinenses, os recursos serão alocados gradualmente,
fase a fase.
“Esse é mais um investimento na vanguarda da
cadeia produtiva de proteína animal catarinense. Certamente, nossos clientes internos
e externos reconhecerão nossa evolução e continuarão a nos dar a preferência de
aquisição nesta jornada de várias décadas”, concluiu o diretor do Sindicato das
Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Ricardo Gouvêa.
Ribas Júnior relatou que 2015 é um ano de grandes
desafios, em razão do aumento de custos de produção, entre eles a energia
elétrica, a taxa cambial (que repercute no aumento dos custos dos insumos) e a
taxa de juros (que torna mais caros os empréstimos e financiamentos bancários),
além da acirrada competição no mercado internacional. Mesmo assim, o presidente
da Acav é otimista em relação ao segundo semestre.
Sistema
A rastreabilidade permite capturar, armazenar e
relacionar informações desde o provedor de insumos e matérias-primas,
produtores, até as unidades industriais, a logística e o transporte, as
unidades de venda e os consumidores. Um fluxo com registro, identificação e
transmissão de informações permite conhecer a procedência, o produto e sua
localização. Trata-se de um monitoramento seguro e completo com registro dos
estabelecimentos, das movimentações e das operações, obedecendo normas
internacionais.
Fonte: Noticenter; disponível em http://www.noticenter.com.br/?modulo=noticias&caderno=logistica-comercio-exterior¬icia=09508-agroindustria-de-sc-adota-sistema-de-rastreabilidade#.VX8amXYumud; acesso em 15/06/2015.
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