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14 fevereiro, 2009

Logística está na moda...

Em 2003 ouvi falar pela primeira vez a respeito da Zara (marca espanhola da indústria do vestuário) por tratra-se de uma empresa com estrutura ágil e eficiente, que lhe conferia uma série de vantagens competitivas quando comparada com outras do setor.
A reportagem “O novo império da moda”, da revista Veja de 10/12/2008, apresenta a Inditex (dona da Zara) com a maior fabricante de roupas do mundo.
Segundo a matéria, a Inditex abriu duas novas lojas por dia em 2008 e ultrapassou o faturamento de sua principal concorrente. Considerando que o setor teve decréscimo no seu faturamento e que o da empresa cresceu 4%, entende-se que realmente há algo de diferente nesta organização.
Dentre as diferenças listadas entre a Inditex e suas concorrentes, a matéria cita sua estrutura de produção (que deu origem ao termo “fast fashion”), que agiliza a colocação de novos produtos no mercado, chegando a 40.000 modelos lançados por ano.
Ainda de acordo com a reportagem, a Inditex concentra 80% de sua produção e distribuição em um único local, a Galícia. A maioria de suas concorrentes tem sua produção em países asiáticos. A logística centralizada permite que a Inditex entre e saia de mercados com maior facilidade, pois sua estrutura de distribuição é mais flexível. Isto faz com que a empresa esteja presente em um número maior de países do que qualquer outro concorrente, atendendo 71 mercados.
Em meio ao atual panorama da economia mundial, onde ouvimos falar diariamente sobre as dificuldades pelas quais estão passando organizações dos mais diversos setores, fica o exemplo de uma empresa que ousou fazer as coisas de maneira diferente. E dentre estas “maneiras diferentes”, destacamos a logística como ferramenta útil na busca pela melhoria contínua dos processos, com aumento no nível de serviço (atendimento ao mercado) e manutenção de custos adequados de distribuição.

01 fevereiro, 2009

Rastreabilidade na cadeia produtiva da carne

Nota: Em setembro de 2008, postei uma matéria da Agência Estado a respeito do desenvolvimento de chip para rastreamento de carne bovina. No final de janeiro de 2009, o portal Logweb publicou a notícia transcrita abaixo, apresentando empresa que comercializará tal tecnologia. Conhecendo-se o elevado grau de exigência do mercado internacional de carnes e a importância da atividade agroindustrial para a balança comercial brasileira, entendemos o impacto positivo que esta tecnologia poderá trazer para o nosso país. É a tecnologia RFID alcançando horizontes cada vez maiores.

Solução da COSS permite rastrear carne do “pasto ao prato”
Welcoss-iMeat, desenvolvido pela COSS Consulting (Fone: 16 3307.6322), está sendo lançado no mercado brasileiro para garantir a rastreabilidade e a visibilidade da carne na Cadeia de Abastecimento Alimentícia, do “pasto ao prato”, de acordo com Luis Carlo Colella Ferro, sócio-diretor da empresa.Ele informa que se trata de uma solução inteligente, 100% brasileira, baseada em tecnologia RFID e capaz de controlar e monitorar a movimentação de animais em fazendas e suas partes em abatedouros, em CDs e redes de varejo. “Assim, a indústria frigorífica pode rastrear a carne na produção rural, seus cuidados veterinários e de consumo, incluindo todos os processos logísticos e de transporte”, explica. Segundo Colella, por meio da tecnologia com tag RFID é possível registrar em um único chip informações detalhadas, como o nome do criador, local em que o animal foi abatido, data do abate, vacinas e cuidados veterinários, entre outros. A partir das informações é criado um número de rastreabilidade que permite a identificação do animal na fazenda, seu peso bruto e peso líquido em todas as etapas do processamento da carne. “A informação destas etapas e processos é registrada no rótulo de cada produto, o qual mostra o número do lote, a data de validade, o dia da semana em que o empacotamento ocorreu e as iniciais do empacotador, entre outras informações”, comenta.O processo de desenvolvimento da solução foi baseado em um projeto de inovação tecnológica com RFID EPC (Electronic Product Code) para o mercado brasileiro. De acordo com Colella, inicialmente houve o apoio e financiamento da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo para o desenvolvimento da plataforma Welcoss, que é um middleware tecnológico para este fim. Após dois anos de trabalho, ele conta que foi concluída a primeira fase do projeto/solução, que já está disponível para uso empresarial, seja de forma independente ou integrada a outros sistemas de gestão empresarial, como ERP, SCM, WMS, CRM, legados e outros.O motivo para a criação desta tecnologia foi que a COSS Consulting observou a falta de uma solução nacional voltada para rastreabilidade e visibilidade, com destaque para o gerenciamento em tempo real de produtos e materiais na cadeia de abastecimento inteligente. “O fato de não ter vínculo com fornecedores de equipamentos e hardware foi uma vantagem competitiva para disponibilizar a solução a baixo custo. Isso permitirá que empresas grandes, médias e pequenas protejam seus investimentos em marcas e ativos de forma inteligente, assegurando origem e integridade de produtos”, destaca o sócio-diretor da COSS Consulting.Engana-se quem pensa que o uso desta solução é restrito ao setor de carnes. Conforme Colella, uma plataforma universal baseada em RFID foi construída para atuar em diferentes segmentos de mercado. Dependendo da necessidade, a solução é customizada para adequar-se às normas e exigências de cada segmento. Por isso, ele garante que esta tecnologia está preparada para atuar, também, nos segmentos de varejo, automobilístico, aeroespacial, de papel e celulose, farmacêutico, hospitais, militar, correios, entretenimento, metalurgia, mineração e manufatura em geral, entre outros. “Basta existir uma demanda e nós construímos a solução de forma relativamente simples e econômica”, aponta.Dessa forma, Colella afirma que o mercado neste setor está se profissionalizando bastante e com os crescentes controles dos órgãos de fiscalização e saúde, em nível nacional e internacional, soluções desta natureza devem ganhar espaço. Na visão dele, em breve, executivos e empresários irão perceber isso e a demanda será um processo natural. “Essa solução é um diferencial competitivo para a gestão empresarial moderna”, conclui.

Disponível em: http://www.logweb.com.br/informativo/noticia.asp?idNoticias=7160. Acesso em 01/02/2009.