As federações de indústria dos três estados do Sul (FIESC, FIERGS e FIEP) iniciaram na sexta-feira, dia 1º, em Florianópolis, o maior estudo de logística já realizado na região, chamado de Projeto Sul Competitivo. A empresa Macrologística, de São Paulo, vai identificar as 19 principais cadeias produtivas dos três estados do Sul, a partir dos eixos de transportes que ligam a produção até o cliente final tanto no Brasil quanto no exterior. São cerca de 70 produtos diferentes da origem até o destino. Vai ser mapeada a integração de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul com os países vizinhos, como Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. O projeto vai contemplar só as obras que diminuam os custos logísticos da região. Para isso serão selecionados modais de transporte modernos (trilhos com bitolas de 1,60 metros, portos com águas profundas), que de fato trazem uma grande redução de preço do transporte, disse Renato Pavan, sócio da Macrologística. Com o trabalho em mãos, os três estados vão buscar em conjunto recursos para as obras prioritárias para a região e não mais individualmente.
Para o presidente da FIESC, Alcantaro Corrêa, o projeto já começa bem, pois participaram do lançamento representantes do governo do estado e parlamentares estaduais e federais. "É com esse envolvimento e convergência dos três estados do Sul que o projeto vai alcançar seu objetivo de aumentar a competitividade da região e, assim, fortalecer o seu desenvolvimento".
Para tirar o Sul Competitivo do papel vão ser contempladas obras que já estão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), obras previstas nos orçamentos dos estados, além da participação do setor privado. Com base na experiência da empresa ao realizar o estudo Norte Competitivo, Pavan explicou que isso será possível porque o tempo de retorno dos projetos é interessante para o setor privado. No caso do Norte, ficou em torno de quatro anos.
"A maioria dos projetos feitos no Brasil acaba na gaveta porque existe uma demanda regional enorme. Cada um quer sua fatia na sua área de abrangência", disse Pavan. Ou seja, em vez de disputar verbas, os estados passarão a apoiar um único projeto convergente.
"Os planejamentos que têm sido feitos são mais ligados aos modais de transporte, com um pedaço de ferrovia aqui e outro lá. Neste projeto, serão contemplados eixos de transporte com vista à redução dos custos. Alguns já existem e outros precisam ser construídos", afirmou. Com o Norte Competitivo, é estimada uma economia de 3 bilhões de reais por ano. Os recursos ficam na região e aumentam a competitividade da sua economia.
O Brasil hoje representa 1% do mercado internacional. Uma das coisas que tem prejudicado esse desempenho é a situação atual da infraestrutura. A demanda logística é muito maior do que a oferta e isso faz com que os preços atuais dos fretes e do uso dos modais de transporte fiquem mais caros.
Fonte: Informativo FIESC - Notícias Online, n. 223, 06-13/07/2011; disponível em http://www2.fiescnet.com.br/web/pt/informativo/show/id/106/idc/1269/temp/0 ; acesso em 10/07/2011.
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