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13 junho, 2011

Porto Seco: suspiro ao gargalo logístico [Portal Webtranspo]

Os gargalos logísticos no Brasil têm deixado muitos empresários com o “cabelo em pé” na hora de buscar soluções para o escoamento de cargas no mercado nacional e internacional. Porém, se não fossem os portos secos, a situação estaria mais complicada, como é possível averiguar por meio do levantamento da ABTP (Associação Brasileira de Terminais Portuários).
De acordo com a associação, a movimentação de mercadorias pelos portos secos registrou uma alta de 200 milhões de toneladas nos últimos dez anos – de 500 milhões em 2001 para 700 milhões neste ano. E, conforme previsões da entidade, o saldo de operações nesses complexos será de 1 bilhão de toneladas daqui a quatro anos.
Se esse volume fosse operado apenas pelos portos ou por meio de outros modais, haveria um caos no setor logístico, aponta a associação.
Não à toa, alguns investidores estão apostando em portos secos para movimentar a carga nacional com mais facilidade e incrementar os seus negócios. O setor de construção e outras indústrias também ganham; a primeira porque é envolvida diretamente no desenvolvimento dessas áreas e as demais porque podem utilizar o espaço por um preço um pouco mais acessível.
No Brasil existem, atualmente, 63 portos secos em funcionamento. Destes, 27 estão alocados apenas em São Paulo. De acordo com a descrição da ABTP, o porto seco funciona como recinto que presta serviços de despacho aduaneiro, armazenagem, movimentação; de uso público e administração privada, essas unidades devem respeitar uma área de atuação delimitada pela Secretaria da Receita Federal.
O fato é que os portos secos estão cada vez mais solicitados para a demanda logística nacional. A Prefeitura de Campo Grande, no Mato Grosso, por exemplo, está investindo R$ 23 milhões - recursos federais – na construção de um terminal intermodal na cidade.
Conforme informou Edil Albuquerque, secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Grande, ainda neste mês será aberta a licitação para contratar a empresa que executará as obras.
Uma das principais características desse porto seco é a questão da intermodalidade, assunto ainda muito discutido no País como um fator essencial para o desenvolvimento da economia brasileira. O terminal mato-grossense integrará ferrovia, rodovia, hidrovia e, no futuro, uma aerovia. A unidade deve entrar em operação em 2012.

Operações: adendo à eficiência
Com o crescimento dos portos secos, a economia tem muito a ganhar, principalmente no que diz respeito à superação de gargalos logísticos. No entanto, quando o assunto é esse, a eficiência tem começar dentro do próprio recinto.
Neste sentido, a Receita Federal autorizou a entrada de caminhões nacionais no porto seco de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Até então, os veículos não podiam ingressar na área de controle integrado para realizar o carregamento de mercadorias já nacionalizadas.
De acordo com a ABTI (Associação Brasileira de Transportadores Internacionais), que fez o pedido à Receita em conjunto com a EADI Sul, a medida vai aprimorar a atividade no local. Com isso, a procura pelo terminal será intensificada, afirmou Jorge Mendes, gerente da EADI Sul.
Segundo ele, “trata-se de uma medida que garante mais agilidade e eficiência ao processo de carregamento das cargas nacionalizadas, o que implica em economia de tempo, menos burocracia e, em última análise, na otimização dos custos”, salientou.
Para que a carga de importação seja carregada em caminhão nacional, a Receita deverá autorizar a entrada do veículo, caso não esteja habilitado para o transporte internacional, a partir do preenchimento de formulário de requerimento. As informações serão repassadas pela EADI a todos os despachantes em Santana do Livramento, informou. A iniciativa facilitará o trabalho dos transportadores .

Fonte: Portal Webtranspo; disponível em http://www.webtranspo.com.br/logistica/22465-porto-seco-suspiro-ao-gargalo-logistico ; acesso em 23/05/2011.

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