A restrição da circulação de caminhões pelas principais vias de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro e a falta de espaço para o armazenamento de carga nos portos e aeroportos brasileiros estão dificultando o transporte de mercadorias nas grandes metrópoles.
Uma solução para esse problema pode ser a construção de grandes empreendimentos, localizados em pontos estratégicos, com fácil acesso às redes rodoviária, ferroviária e portuária, e que oferecem serviços de armazenamento e transporte de cargas para empresas de diferentes segmentos – os chamados parques logísticos.
“Amsterdã, Tóquio e Hamburgo dispõem de uma grande quantidade de parques logísticos desenvolvidos por empresas de diversas nacionalidades, enquanto que no Brasil eles ainda são muito incipientes”, compara o professor de engenharia civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Alfredo Mario Savelli. “Esse tipo de empreendimento é fundamental para uma cidade como São Paulo, onde não é mais possível o transporte de cargas por meio de veículos pesados na área urbana”, avalia.
O especialista apresentará um estudo sobre o assunto na 10ª Conferência Internacional da Sociedade Latino-Americana de Real Estate (Lares, na sigla em inglês de Latin American Real Estate Society), que será realizada de 15 a 17 de setembro, no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo, SP.
De acordo com Savelli, um dos locais mais indicados para a instalação desse tipo de empreendimento na capital paulista é o Rodoanel, que foi concebido justamente para retirar da região metropolitana os veículos de carga que vêm das regiões norte e sul do País e atravessam a cidade para alcançar outras localidades. Na avaliação dele, há uma enorme disponibilidade de espaços ao longo dos 117 km de extensão da obra para a instalação de parques logísticos, onde as empresas poderiam descarregar seus produtos e transportá-los pela cidade por meio de veículos de carga menores.
Nos trechos sul e oeste, por exemplo, que já foram inaugurados e possuem, ao todo, 89 km, segundo o especialista já é possível a construção desses complexos que reúnem diversos serviços em um mesmo espaço em áreas que podem variar de 50 mil a um milhão de m2. “A ideia de um parque logístico é ser um condomínio que congrega um grupo de empresas de diferentes segmentos e que compartilham de uma mesma infraestrutura, como sistemas de comunicação, rede hoteleira e prédios de escritórios”, explica. “Dessa forma, elas podem diluir seus custos”, assegura.
Segundo Savelli, há muitas empresas, além de investidores e incorporadores interessados na construção de novos parques logísticos no País, atraídos pela expectativa de boa rentabilidade deste tipo de empreendimento. Mas um dos fatores que podem limitar a decisão de investimento nesse tipo de negócio imobiliário é a indefinição legal sobre quais áreas podem ser exploradas. No trecho sul do Rodoanel, por exemplo, muitos terrenos poderão estar em área de preservação ambiental. E no caso do aeroporto de Cumbica, ainda não está definida qual será sua área de expansão.
Para diminuir os riscos em relação ao sucesso neste tipo de empreendimento, ele afirma que é fundamental o estudo da área onde se pretende construir o empreendimento, levando em conta aspectos como a localização, o porte e custos com energia, mão de obra e uso da terra, entre outros.
Fonte: Portal Logweb; disponível em http://logweb.com.br/index.php?urlop=noticia&nid=MjM4MTI= ; acesso em 30/08/2010.
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