Pesquisa do ILOS – Instituto de Logística concluiu que a movimentação de cargas nos centros urbanos é fundamental para a economia do país e o abastecimento da população. Tudo o que chega à mão do consumidor chega por meio do caminhão.
Outra conclusão é que as grandes cidades brasileiras apresentam crescimento desordenado, falta de planejamento, baixo investimento em transporte de passageiros, falta de infraestrutura e crescente adensamento populacional.
Assim sendo, o desafio é conciliar o trânsito de pessoas e de cargas no mesmo espaço. Em tese, não deveria haver restrições ao trânsito de caminhões nos grandes centros, uma vez que eles representam uma parcela muito pequena da frota.
No entanto, Estudo realizado em 417 diferentes cidades da Europa pela PwC (Price Waterhouse Coopers) em 2010 apontou a existência de algum tipo de regulação ou restrição de circulação em nada menos do que 84% das cidades pesquisadas.
Pesquisa da NTC&Logística indica que hoje [2015] mais de cem municípios já criam algum tipo de restrição ao trânsito de caminhões.
O tipo de operação mais afetado é majoritariamente a entrega de carga fracionada, não perigosa aos pontos de venda.
Constatou-se que os fatores que mais dificultam a circulação são o trânsito, as restrições à circulação, as dificuldades de estacionar e os aumentos das exigências ambientais.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o custo do congestionamento de todos os veículos em São Paulo somou R$ 40 bilhões em 2012. Este prejuízo equivale a 1% do PIB nacional. Só o gasto com caminhões foi de R$ 4 bilhões.
Estudo da Firjan revela que o custo dos congestionamentos nas regiões metropolitanas de Rio e São Paulo foi de R$ 98 bilhões em 2013, valor superior ao PIB de 17 Estados.
O valor equivale a 2% do PIB brasileiro e a 2,3 vezes o investimento previsto na concessão de 7.500 km de rodovias para os próximos 25 anos.
Na região metropolitana do Rio de Janeiro, o tempo perdido em congestionamentos trouxe prejuízo de R$ 29 bilhões em 2013, o que equivale a 8,2% do PIB metropolitano.
Nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, o custo foi de R$ 69,4 bilhões. O valor equivale a 7,8% do PIB metropolitano.
Se não houver intervenções sérias no transporte urbano, os custos nas duas regiões metropolitanas poderão alcançar R$ 160 bilhões em 2022.
Para se ressarcir os custos com as restrições, foi criada a TRT – Taxa de Restrição de Trânsito em todas as cargas que tenham origem ou destino nas cidades que criam dificuldades de circulação para os caminhões. Esta taxa é de 20% sobre o valor do frete nas RM de São Paulo e Rio de 15% nos demais municípios. [Neuto Gonçalves dos Reis]
Fonte: Blog do Neuto; disponível em http://www.portalntc.org.br/blogdoneuto/o-alto-custo-das-restricoes-urbanas1/56033; acesso em 20/04/2016.