A edição de 28/12/09 da revista Época Negócios trouxe reportagem sobre a aplicação da tecnologia RFID na agropecuária sob o título "No rastro do boi".
Abaixo, uma parte da referida matéria.
'Tão logo completou sete meses, Querida da Mombaça passou a ter todos os passos monitorados, numa espécie de Big Brother rural. Ao engolir um chip, a vaca da raça Canchim que vive nos arredores de Belo Horizonte (MG) ganhou nome e um RG eletrônico, que permite o registro de uma longa lista de informações sobre ela. Quando chegar ao frigorífico para o abate, os dados contidos no chip de Querida serão transferidos para etiquetas que acompanharão cada uma de suas partes nas prateleiras dos supermercados. Assim, os clientes que comprarem os pedaços de carne cuidadosamente distribuídos em bandejas terão a oportunidade de conhecer a história da sua vida.
Rastrear o gado do pasto até o prato é o negócio da Safe Trace, empresa mineira criada em 2005 por dois jovens da Universidade Federal de Itajubá. Os empreendedores, universitários à época, desenharam nas salas de aula a ideia que usa tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) para informar ao cliente a procedência da carne. Quase cinco anos e R$ 5 milhões em investimentos depois, chegaram ao modelo final: nos primeiros meses de vida, o animal recebe um chip, que pode vir na forma de um brinco eletrônico ou do chamado bólus, uma cápsula de cerâmica de quase sete centímetros e 80 gramas que é engolida pelo boi. Ele passa, então, a ser rastreado por radiofrequência até a morte (veja quadro na pág. 88). Munidos de uma antena, os técnicos da Safe Trace vão a cada quatro meses às fazendas para fazer a leitura do gado. A tecnologia é semelhante à usada no sistema de pedágios Sem Parar, em que o chip do carro é lido antes de passar pela catraca. As informações são cadastradas e ficam disponíveis na internet. É possível saber muito sobre o animal: origem, sexo, peso, vacinas recebidas, donos, por onde pastou e até seus parceiros amorosos.
No supermercado, o consumidor vai encontrar na bandeja de carne uma etiqueta com o código de barras e um número que remete ao animal que originou o produto. O cliente entra no site da empresa e pode descobrir em que fazenda o bife do seu prato viveu, em que dia foi abatido e em qual frigorífico. Os mais curiosos poderão checar, em listas de órgãos federais e ONGs, se as propriedades pelas quais o animal passou estão relacionadas ao trabalho escravo ou ao desmatamento.'
A matéria completa pode ser acessada através do seguinte endereço: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI113187-16642,00-NO+RASTRO+DO+BOI.html
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