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16 novembro, 2008

Artigo: Logística e gestão da produção

Nota: Artigo do Diário do Comércio-MG, disponível no site da ABRAS - Associação Brasileira de Supermercados (http://www.abras.com.br/clipping.php?area=6&clipping=2142). Destaque para o dado a respeito da representatividade das atividades de movimentação e armazenagem no PIB nacional.

Logística é fundamental para gestão de produção

Muitas organizações só sabem que logística existe quando há problemas. O setor que responde por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, algo em torno de R$ 220 bilhões, dos quais 7% referem-se a transporte, 4% com estoque e condições de armazenagem e o restante, 1%, com despesas de instalação de almoxarifado, é bem mais que uma frota bem organizada e com manutenção em dia, mas um sistema integrado que permite que informações e produtos fluam com eficiência para atender às demandas do negócio em si e, na outra ponta, também dos consumidores finais.
Como ferramenta de gestão, a logística tem caráter preventivo, ou seja, evita que problemas que podem comprometer a produção. Na lista de possibilidades estão aqueles famosos gaps na hora de cumprir o contrato já assinado, devido a falha no contato com o fornecedor ou mesmo o risco de desabastecimento da mercadoria no ponto de venda. O diretor de Produto e Operações do Ietec e consultor empresarial, José Ignácio Villela Júnior, já observa avanços em organizações no que se refere à logística. "Grandes e médias empresas já possuem diretores e/ou gerentes de logística. Essa área é como o coração do empreendimento", apontou.
Resistência - As micro e pequenas empresas são as que ainda mais resistem a utilizar essa ferramenta de gestão que integra o fluxo de materiais adquiridos do fornecedor, passando pela linha produtiva até a destinação final do produto. Apesar da estrutura enxuta e da concentração de tarefas em poucas mãos, é interessante utilizar os recursos da logística para organizar o processo produtivo, em todas as suas fases.
Segundo o consultor, para que o consumidor encontre a mercadoria que pretende adquirir, é preciso que o sistema de logística funcione. "Desde o momento em que o cliente apresenta a sua demanda, a empresa deve confeccionar um plano de negócios para cada pedido, de acordo com a sua capacidade produtiva", lembrou. Para cumprir prazos e metas, o profissional da área vai entrar em contato com o fornecedor de materiais para que os insumos possam ser utilizados no período estipulado.
Para segmentos empresas que atuam fora da área industrial, a ferramenta pode ser utilizada para viabilizar a área de suprimentos e distribuição. "O custo de logística ainda é muito alto", ponderou. Para Villela Júnior, as organizações que têm a logística integrada ao negócio encontram formas de reduzir os gastos com a área, seja optando por trajetos mais econômicos para a distribuição ou mesmo reavaliando o modal de transporte utilizado, atendendo à demanda do mercado mas sem prejudicar o negócio propriamente dito.
Visão geral - Mais que parte da gestão empresarial, a logística também tem a sua "visão do todo", ou seja, de como o negócio está "andando". Em outras palavras, quando a ferramenta é mal utilizada, a operação é problemática. Compreender essa situação e/ou mesmo transformá-la requer capacitação. Segundo o consultor, a demanda por profissionais especializados nessa área é menor que a oferta do mercado. "Não é moda, é fundamental", enfatizou.
No entanto, há empresas que preferem apostar em "fórmula milagrosas" de gestão antes de reavaliarem a sua logística. Para o professor, a área é a última fronteira a ser vencida pela administração da empresa. Isso não significa deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Afinal, qualquer custo extra, por menor que seja, tem impacto direto na rentabilidade do negócio.
Em outras palavras, o lucro é resultado do somatório de pequenas intervenções, sendo que algumas delas são maiores que parecem. Os gestores que ainda utilizam caminhões para transportar pequenas quantidades de produtos, sem que isso seja absolutamente recomendado, podem descobrir o que uma mudança representa, quando examinarem o balancete do próximo mês.

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